terça-feira, 17 de setembro de 2013

Tema: Raça e Cultura

I.

Franz Boas afirma que os diversos continentes são habitados por diferentes povos, e cada um tem sua cultura, seus costumes e sua língua que são diferentes, além do aspecto físico. 

Cada tipo humano parece ter suas próprias invenções, costumes e crenças, e acredita-se que estes estejam diretamente relacionados. Nesse sentido a palavra "primitivo" tem dois sentidos diferentes: um se refere à raça e o outro à cultura, que também é comum pensar que estejam relacionados, e que a raça, assim, determine a vida cultural.

Como a forma corporal tem também um valor estético, e a Europa ficou isolada racialmente durante muito tempo, os tipos "estranhos" são considerados inferiores por uma normal aversão ao estrangeiro, baseada somente em reações emocionais. Como estes estrangeiros, por sua vez, não participam ativamente da vida do continente europeu, e a vida cultural de seus países de origem não é tão "vasta" e "rica" como a da Europa, se pensa que tipo estranho e inteligência também estejam estreitamente relacionados.

A "superioridade" das invenções, dos pensamentos e das artes europeias dão a impressão de que são um povo muito mais evoluído que os outros. Relacionado a questão do tipo estranho e do tipo europeu chega-se a conclusão de que a raça branca seria um tipo superior, e então que aptidão esteja relacionada a uma capacidade racial inata. E se o desenvolvimento da raça branca é maior, se supõe que seu cérebro tenha uma organização mais sutil (se a aptidão é mais elevada, o tipo físico e mental também o seria).

Nota-se que quanto mais uma raça difere da europeia, mais inferior é considerada. 

As condições sociais também são vistas da mesma forma: a liderdade individual, as artes e o código ético recebem um valor tão alto que parecem indicar a superioridade europeia. (O juízo sobre o status mental se baseia na diferença do status social em relação àquele europeu; quanto mais diferente for, pior será o juízo).

Devemos indagar até que ponto se justifica a suposição de que as conquistas de um povo se devem a uma aptidão inata, e até que ponto há razão em supor que o tipo europeu - ou o tipo europeu norte-ocidental - é superior aos outros. 

Esse tipo de crença, parte do pressuposto de que se todas as raças tiveram igual oportunidade de desenvolvimento, porque somente quela branca européia conseguiu evoluir tanto?

Em um passado remoto, surgiram em determinadas áreas do planeta as primeiras civilizações. Com o passar do tempo, civilizações novas substituíam as anteriores, conquistando geralmente, aquelas mais civilizadas e aprendendo os modos de vida avançados para aplicar em suas vidas. Assim, os locais de desenvolvimento das civilizações não mudaram muito e o progressos foi lento. Os antepassados das raças que hoje são consideradas as mais altamente civilizadas não eram superiores, de nenhuma forma, as raças que hoje são consideradas menos civilizadas pois ainda não entraram em contato direto com a civilização moderna (ou seja, supostamente em um mesmo nível de civilização pré-moderno, o que quer dizer, que não necessariamente a evolução dos antepassados seja o fator que levou as civilizações mais bem consideradas a ser tão bem sucedidas, acabando assim com a hipótese de uma aptidão inata pelo momento).

Deve-se considerar que nenhum dessas civilizações foi produto da genialidade de um só povo. Há provas de que idéias se difundiam todas as vezes que havia contato entre os povos, e que diferenças raciais e linguísticas não impediam essa troca, assim como nem mesmo o conflito e a distância.

Porém, deve-se também ter presente que outras raças, como aquelas da Hispanoamérica, conseguiram méritos altamente qualificados e quase totalmente comparáveis  e elevados aos do povo europeu. A úica diferença efetiva entre as duas civilizações foi o tempo em que desenvolveram tais conquistas. Porém, a maior rapidez das civilizações do Velho Mundo não apontam para uma superiodade, dado que este tipo de ocorrência é devido ao acaso, principalmente se considerarmos que o tempo de evolução do ser humano é praticamente muito pequeno se comparado a idade do planeta. Além disso, uma outra explicação para o desenvolvimento de aptidões em épocas posteriores é a própria história e os modos de vida de uma população. Esse atraso só poderia ser significativo se fosse verificado em uma raça ao longo da história em várias oportunidades, enquanto em outras fosse verificado sempre, da mesma forma, a maior repidez de evolução.

Os povos da Europa assimilaram mais facilmente a cultura dos invasores, do que hoje o fazem as civilizações conquistadas. Edtas tendem a sucumbir ao invés de se fortalecer. Isto se deve ao fato de que as diferenças entre os invasores e os europeus eram menores até mesmo nos traços físicos, e o tempo de isolamento foi inferior ao verificado em algumas civilizações de hoje. Em nossa época também, a questão do tipo físico é mais complicada, pois enquanto antigamente o estrangeiro era incorporado na cultura e sua descendência era considerada nativa, nos dias modernos isso não acontece, pois os estrangeiros vivem de forma mais isolada, e são segregados pela sociedade em que vivem. Um grande exemplo são os negros americanos, que não estão no mesmo patamar da população branca estadounidense mesmo com todas as garantias que por lei lhe são dadas. 

II. 

III.

IV.

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